desabriguei a alma do quarto escuro
desanuviei a palma e o sorriso mudo
desacotovelei-me da janela de meu mundo
acocorei-me em frente ao mar profundo
embebi os olhos com águas e absinto
mastiguei as sementes de meu instinto
descosi os sonhos feitos de lã de vidro
guardei o coração em vinho tinto
[Rosy Feros, 2000]