Ao ver céus e terras se abrindo,
fecho a janela para ouvir a tempestade:
majestosa é a chuva
que jorra do céu aos cântaros,
gloriosos são os trovões
que iluminam o céu em cânticos.
Atenta, ouço a tempestade em voz d'água,
seduzida pelas Fúrias.
É dentro de mim que ela escorre.
Encharcados estão meus gritos
e os sonhos mais aterradores.
Sinto a potestade. E é a ela que me remeto
em minhas noites impuras,
cantando e mimetizando a natureza
em todo o seu aguilhão.
E sangro.
[Rosy Feros, 2005]