Quando navegamos pelas redes telemáticas, a metáfora da "nau desgovernada" parece bastante apropriada. Nunca sabemos ao certo aonde iremos chegar, ou onde aportar. Por mais que escolhamos os caminhos, são eles que acabam nos levando aos lugares.
A cada clique que damos numa palavra ou frase sublinhada, estamos correndo um risco. O risco da aventura. Não sabemos que bicho vai dar. É a nossa vontade que está em jogo, é ela que determina as trilhas por onde andaremos. Trilhas que nos fazem sair dos trilhos.
Na internet, é praticamente impossível percorrermos a mesma trilha mais de duas vezes. Na rede, trilhos que nos obrigam a andar por caminhos pré-determinados impedem a verdadeira comunicação telemática, pois a intensa interatividade nos deixa maleáveis, livres, exploradores, criativos, não-lineares.
Ilude-se você, se pensa que pode dar-lhe algum sentido específico ou restringir caminhos. Se o fizer, estará tentando impôr rédeas e arreios à comunicação livre, correndo o risco de perder a estribeira.
[Rosy Feros, 2000]