Neoluditas e os amantes do que não morre
22/07/2014 02:56
Neoluditas, quem sois...?!
A vossa voz é forte, mas não é inatacável. A voz do futuro clama e é imperial. Não podemos nos dar o luxo de sermos antiquados! As nossas ideologias já são um antiquário de velhas fórmulas, equações desclassificadas pela voracidade do tempo...
Onde ficou perdida a nossa voz...? Em que ramificação elétrica ficou perdida, em que transmissão televisiva aprisionada...? Já não sabemos mais ser chamados pelos nossos próprios nomes, pois sofremos de uma angústia existencial - síndrome digital. Anamnese mnemônica midiática.
Somos aqueles criados pela mídia, orquestrados e coordenados pela cultura medial, criados na ficção dos informativos, compostos de bits & bytes, sacolejando pixels da mais pura virtualidade...
Quem somos nós, amantes do que não morre, viciados pelo que nunca perece? A juventude neopata ama o novo, bonito ele lhe parece, salvador é de todas as mágoas e depressões...
No mundo virtual, não existem mais ups and downs - mas upgrades and downloads. Nada se cria, tudo se transfere - de um arquivo para outro... A profusão de idéias é tanta que não cabe num corpo só. Cria-se então uma aldeia global: de emoções digitais e idéias analógicas.
Qual o tempero para tamanha salada? Apenas a mistura satisfaz aos mais variados e exigentes paladares.
Mas, querendo agradar a todos, descobrimos que o melhor tempero é aquele que fazemos segundo nosso próprio gosto, sem seguir etiquetas pré-determinadas.
[Rosy Feros, 1996. Publicado na coluna "Telemática", do site "Casa de Arabella" - https://www.casadearabella.com.br]
Para ir além:
Veja também:
"E noite trás noite, quando tudo está tranqüilo/ e a lua se esconde por detrás da colina/ Nós marchamos para executar a nossa vontade/ Com acha, lança ou fuzil/ Oh meus valentes cortadores/ Os que com um só forte golpe/ rompem com as máquinas cortadeiras/O grande Enoch dirigirá a nossa vanguarda/ Quem se atreverá a detê-lo?/ Adiante sempre todos homens valentes/ Com acha, lança e fuzil/ Oh meus valentes cortadores..."
[Canção ludita]