Cá Estamos Nós, criando o ciberespaço da lusofonia
22/07/2014 01:30
Carlos Leite Ribeiro, português nascido e criado no centro de Lisboa ("alfacinha de gema"), é jornalista, escritor de contos, crônicas e peças teatrais nas horas vagas. Por vários anos atuou no rádio, uma de suas paixões (hoje ainda consultor de várias estações radiofônicas). Morando em Marinha Grande, distrito de Leiria-Portugal, adora música brasileira, cozido à moda portuguesa, aprecia longas caminhadas e normalmente anda vestido de jeans, camisa e tênis.
De seu pequenino estúdio na Marinha Grande (Leiria), ele organiza e administra remotamente um grande complexo cultural que reúne assinantes e colaboradores de todo o mundo lusófono, liderando uma equipe que se distribui por vários cantos do Brasil e de Portugal.
"Cá Estamos Nós", projeto cultural idealizado, editado e mantido por ele, carro-chefe de todas as publicações e divulgações, é uma pequena organização sem fins lucrativos, que prima pela manutenção das relações de cortesia e amizade e tem por filosofia promover trabalhos literários entre seus amigos.
Embora seus contatos se dêem com base em relações de amizade, seu projeto cultural nada tem de pequeno e demonstra ser muito bem organizado, mesmo sendo ele o único editor. Foi através de todo esse trabalho que ele construiu, pixel por pixel, uma comunidade virtual que nada deixa dever à idéia visionária do poeta português Fernando Pessoa: "Minha pátria é a língua portuguesa".
Parece exagero? Os números e a diversidade de seus contatos, assim como a receptividade e os prêmios recebidos por seu trabalho "ao estilo das formigas", comprovam que não se trata de exagero. Apesar de tudo, é difícil falar de Carlos sem usar superlativos, e ainda mais admirável saber que tal ponte cultural da lusofonia foi erguida com os esforços de um único homem.
Ajudar, para ser ajudado
Carlos gosta e está acostumado a trabalhar em equipe, e faz questão de trabalhar em regime de reciprocidade. É um amigo, não é um oportunista.
Seu lema é "Ajudar para ser Ajudado", e é nesta base que se sustenta todo o seu aparato de divulgação cultural pelos cinco continentes: Portugal, Brasil, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Macau, Timor, Austrália, França, Alemanha, Suécia, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Canadá e Estados Unidos.
Sua forma de distribuição direta por e-mail consiste de cerca de 150 listas, com 140 listas de cerca de 100 endereços cada, perfazendo quase 14 mil endereços residentes ou fixos. Além disto, tem mais 10 outras listas para envios eventuais, perfazendo um total de mais de 15.000 envios diretos. Estes números, no entanto, estão sempre mudando, pois a cada dia novas pessoas são acrescentadas às suas listas.
Seu público é composto por escritores, jornalistas, professores, editores, livreiros, políticos, empresários, bibliotecas, embaixadas, consulados, corpos diplomáticos, rádios, televisões, jornais, revistas, escolas (inclusive Superiores), institutos e universidades.No 3º Encontro Luso-Galaico de Editores e Livreiros (1999), em Leiria, Carlos recebeu elogios e cumprimentos da parte de editores e livreiros pela repercussão de seu trabalho por toda a pátria lusófona.
Em fevereiro de 2000, Carlos foi entrevistado pela RTP - Rádio e Televisão Portuguesa, essencialmente para falar do "Cá Estamos Nós" e do PORTAL https://www.casadearabella.com.br/caestamosnos/ , projeto de divulgação cultural que se utiliza de recursos da linguagem radiofônica. Na Ilha da Madeira, também deu duas entrevistas: uma à RDP-Madeira e outra à RTP-Madeira, alcançando emigrantes madeirenses na costa oriental do Canadá, EUA, Venezuela e África do Sul.
Como poucos, Carlos tem o dom da Comunicação Social, e sabe aproveitar amplamente os recursos interativos da rede. É capaz de comunicar-se com pessoas de vários estilos culturais e profissões diferentes, além de ser hábil em criar laços fortes e duráveis - contradizendo o argumento de que a internet é fria e isola as pessoas.
Recomendado pelo Ministério da Cultura Português
Todos os canais de divulgação do "Cá Estamos Nós" são mencionados e aconselhados nos boletins da SPE - Sociedade Portuguesa de Escritores, SPA - Sociedade Portuguesa de Autores, APR - Associação Portuguesa de Radiodifusão, ARIC - Associação de Rádios de Inspiração Cristã, GL - Grémio Literário e SPEL - Sociedade Portuguesa de Editores e Livreiros. Além disto, é referência no SAPO, um dos maiores mecanismos de busca portugueses.
O Ministério da Cultura Português, na reunião de 11 de dezembro de 2000, atribuiu ao projeto de divulgação "Criativo" e ao "Magazine Cá Estamos Nós" o título de "Utilidade Cultural" [ofício de nº 0911/12/00].
O próprio Dr. Marcos Azevedo, diretor do IPLB -Instituto Português do Livro e das Bibliotecas recomendou o projeto cultural lusófono de Carlos a todas as bibliotecas nacionais e municipais, assim como todas as bibliotecas das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e eventos chancelados pelo Ministério da Cultura e Instituo Português do Livro, como Feiras do Livro, Lançamentos e Mostras Literárias.
Segundo R. B. Pires, editor do site "Literário On-Line" de Camocim-Ceará (https://www.carlosleite.ezdir.net) , Carlos "é uma espécie de Rei Midas da Literatura: tudo que toca, vira arte!". Carlos, entretanto, define-se como "uma sinfonia incompleta", "um indivíduo em constante construção".
Carlos Leite Ribeiro e o "Cá Estamos Nós" são os dois lados de uma mesma moeda: impossível falar de um sem falar do outro, tamanha é a identificação, dedicação e carinho que ele nutre por seu trabalho de unir pessoas no ciberespaço.
Que outros tenham a mesma boa-vontade que ele e possam construir outras pontes e viadutos virtuais, seguindo o seu exemplo e ligando os continentes da alma lusófona. Num tempo em que se diz que a cultura inglesa é a dominante do ciberespaço, parece interessante prestar atenção aos movimentos sutis e estratégicos de Carlos.
[Rosy Feros, 2001, Usina de Letras. Artigo presente na Antologia de IV Aniversário do Cá Estamos Nós, Vol. 4, Biblioteca Virtual CEN. E-book em 1ª versão eletrônica.]