A linguagem dos novos tempos é a linguagem das conexões
10/07/2014 00:00
A linguagem dos novos tempos é a linguagem das misturas, ramificações, justaposições. É a linguagem das conexões.
Cada vez fica mais difícil pensarmos de outra forma que não seja hipertextualmente. Enxergamos o mundo com vários olhos, multimidiaticamente, e nossa percepção, adaptada aos tempos modernos, vem se transformando, fractalizando-se em multipercepções.
As redes telemáticas, bem ao espírito de nossa época, também têm essa linguagem de misturas, infundindo seu ritmo dinâmico em nós.
Nesta nossa rede plena de contatos/links, lidamos com uma importante variável chamada Tempo. Ninguém quer ver a mesma coisa sempre, tudo está em constante mutação. Principalmente as teorias. Conectamos conhecimentos como quem costura colchas de retalhos, como quem precisa de várias visões em lugar de uma só. Uma teoria só não faz mais verão.
Hoje, o que importa é fazer fluir a energia da transmutação das idéias, já que vivemos num tempo em que não existem mais conclusões, apenas considerações. Ninguém tem a palavra final, pois não existe uma imposição hierárquica rígida de valores no ciberespaço de dados.
Com a evolução das redes, a tendência é a convergência de todas as áreas do conhecimento, a tal ponto que não possamos mais saber com exatidão qual é qual, ou qual faz o quê. Precisamos nos preparar para o futuro que já desponta por entre os caminhos hipertextuais da história.
Já passamos da Era da Informação e, agora, como diz o filósofo francês Michel Serres, rumamos para a Era da Formação, ou Era do Conhecimento. Até porque a informação, por si só, não serve para nada, se não lhe atribuírmos uma função ou um sentido.
Mais do que mera informação, precisamos de conhecimento e competência. E transformar informação em conhecimento (ou seja, processar dados e extrair deles informação útil para a construção de saberes) nada nem ninguém pode fazer para nós, exceto nós mesmos.